segunda-feira, agosto 27, 2007

A DANÇA CÓSMICA


Shiva Natarája Nyása


Há muito tempo atrás um ser, impulsionado pela extraordinária energia que possuia, começou a mover todo o seu corpo de forma intuitiva. Ele não queria demonstrar, simplesmente a energia era tanta que não conseguia controlar e tinha que se expressar. Os movimentos surgiam espontaneamente e sem qualquer tipo de esforço, ele era apenas um veiculo de expressão da vida.

Nesse momento o tempo e o espaço desvaneceram-se, quem ele julgava ser dissolveu-se naquela dança frenética e embriagante, todo o cosmos passou a dançar com ele, a dançar nele, a ser dançado, ele não se movia nem dançava, ele era o próprio movimento, ele era a dança.



Não havia barreira nem filtro para analisar aquilo, simplesmente surgia de uma vontade e passava à expressão. Todos os seus corpos vibravam, cada célula, cada unidade de Consciência se manifestava como o Todo. Todas as buscas por encontrar um sentido na vida terminaram dando lugar a um sentimento único de ser, de existir plenamente. Já não precisava de nada pois sentiu que para viver não é preciso nada, pois ele já vive antes de precisar.

As formas deixaram de existir, tudo era o mesmo, tudo o que ele pensava ser distinto dele se fundiu em si mesmo, participando daquela dança celestial. Com um pé na terra firme e o outro no céu móvel, com uma mão sustentando o fogo da vida e a outra marcando o ritmo do universo, ele dança eternamente.

Essa dança continua ainda agora em tudo o que existe, seduzindo-me, arrepiando-me, cativando-me, libertando-me de qualquer programação, desautomatizando-me, levando-me além dos limites por mim construídos.


Agora Eu Sou Shiva, sou eu a dança e não posso mais parar.

6 comentários:

Anónimo disse...

Mesmo acreditando muito nessa realidade continuo demasiado presa á instituição criada pelo homem...
Um dia irei ser honrada pela dança da vida...para isso vivo, por isso espero! Parabéns aos que não precisaram de pensar para acreditar!
até Sempre!

anacardoso_arte@hotmail.com disse...

realmente as coisas existem porque lhes damos a condição para existirem. se nós não existíssemos elas também não existiriam porque não haveria ninguém para as reconhecer, nem para as denominar.com isto quero dizer que as coisas existentes são as coisas que nos saem da cabeça e a maneira como vemos essas mesmas coisas, como tal essas coisas passam a ser parte integrante de nós mesmos... a esse nível também concordo quando se diz: eu sou isto, ou aquilo. Mas melhor que dizer e afirmar...o melhor é mesmo ser. ehehe como vês amigo simão, já estou toda apanhada! mas a vida é bela


beijos enormes para ti e um grande abraço, muito grande

ana

T. disse...

Gostei do teu blog, apesar de achar que está muito mais profissional do que pessoal...mas já percebi que és sensivel. O que cada vez menos se encontra na vida são pessoas sensiveis, continua a ser quem és em busca dos teus sonhos.

Não te conheço mas a Sofia já me falou de ti, por isso achei que não te importavas que deixasse o meu post.

Bjinhos e tudo de bom

Anónimo disse...

boa escolha musical para executares a tua performance. dead can dance, acho que está totalmente apropriado, o conceito desse grupo é o de fazer com que novas palavras, novos sons apareçam através de vozes ou de instrumentos que eles próprios fazem, daí intitularem-se dead can dance ( algo inanimado que consegue "dançar", que consegue ganhar "vida"). também tu com os teus passos consegues passar algo de surpreendente, algo toma uma vida própria, já nem és tu. muito bom! é para abrir, é para abrir! continua simão!! bjo grande

ana

Anónimo disse...

continuas a dancar e encantar ... é de deixar os pelos em ponta ...
q se pode dizer, és siva!
Gostei mto de te voltar a ver mover!

beijos grandes
mar

Simão disse...

Alguns sentimentos após a vivência da Dança Cósmica em Almada, 14 de Outubro:

Consciência (A.C.G.)

Contentamento e Relaxamento (A.P.)

Uma bela pintura com belas cores e cheia de energia (M.J.T.)

Piazolla (A.F.R.)

Harmonia, Vazio (J.R.)

Um caminho silvestre coberto com milhões de pétalas de rosas das mais variadas cores (J.P.)

Simão, fico grata por me recordares que os limites temporais, espaciais, corporais, humanos... são apenas uma condição ilusória criada pela nossa mente. Obrigada por me lembrares que a "chave do jogo matrix" está dentro de nós :) (I.D.)

Eu sou o todo (M.M.)